segunda-feira, 27 de setembro de 2010
A ti
Teus fios finos tecem bordando ondas castanhas
Como uma manhã de sol.
O céu rasgado de raios e nuvens alaranjadas,
Suando um vapor de cidade grande.
Teus olhos pequenos rabiscam o desejo de liberdade.
Teus braços abertos, a receberem o calor do meio dia.
Tua pele ardente escorrendo verão.
Teus lábios finos saboreiam paixão.
E morde-os devagar, entregando saliva pra que mate tua sede.
Tua voz abafa toda tua ansiedade.
Teus pés se perdem entre as direções.
Minhas noites tornavam-se dias, quando do teu lado estava.
Até permitir que o tempo te afastasse de mim.
E fostes embora como tempestade
Que lava as sujeiras das ruas.
Rolando ladeiras,
Perdendo-se das suas.
Escorrendo meu pranto por toda cidade,
Até descobrir que amor de verdade
Não se perde na aflição.
Não cabe no sorriso.
Não se fere tão fácil.
Não se desfaz em segundos.
Não se perde de vista, nem se descontrola.
Assim como o perdi de vista na primeira vez em que o vi passar.
Desde então me pergunto,
onde estava no dia em que lucidamente
Te deixei escapar...
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