Quando se aproxima o outono, e toda a cidade parece ser mais fresca, mais acinzentada, nada me tira o foco de caminhar, por caminhos desconhecidos.
Essa nostalgia que chega em toda troca de estação, esses momentos cinzas da vida.
Esses dias que na verdade é preferível nem acordar.
Mas quando acordo, quando abro meus olhos e sinto a vida me impulsionar da cama.
Sinto meu corpo se mexer pedindo para que eu não me deixe abater. Não me deixe desfocar.
Sinto um nada de sintonia, sinto muito de tristeza. Mas essa, vem, fica, até ser por completa absorvida.
E depois vai embora como se nada tivesse acontecido.
Vai embora sem despedidas, rasgando um pouco da garganta seca, que tanto quer dizer, quer se explicar.
Se vai, mas não demora e então volta. Regressa ao meu peito querendo dizer que isso é necessário.
Tentando mostrar que existe além dela muitos dias que virão felizes, rabiscados de satisfação, marcados de sorrisos tantos...
Mas se realmente, tantos sorrisos são marcados, e são suficientes, não entendo por que estar assim. Me deixar afudar nessa poça tão rasa.
Me deixar frustrar em tão pouco...
Não. Eu ainda não descobri. Até esse instante, não tirei essa venda dos olhos.
Não redescobri nada de tão importante, não debrucei sozinha na janela, não vi o sol se pôr nenhum desses dias, não abri a porta com vontade de sair, não dicerni nem digeri as palavras todas ditas à mim durante esse tempo todo...
Talvez toda essa melancolia, seja uma forma grandiosa de saber me explicar, de tentar dão desertar, de implicar a qualquer sentimento vivido, as minhas fartas palavras.
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