sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Então por fim, descobrir que tudo que assombrava minha mente, agora se torna quase que inexistente.
Tudo que forçava, que falhava, que me destruia.
Toda essa ansiedade de pular de cabeça, avançar todos os sinais que aparecem em minha frente. Tudo e nada podem ser sinais.
E não costumo muito usar códigos, e pedir para que decifre-os.
Eu vou direto e reto ao ponto.
Eu vou onde quero atingir.
Eu vou na fonte, na ferida e na delícia.
Para que enfim encontre o antídoto de todo e qualquer mal.
Para que minhas lágrimas tenham sabor diferente desse sal de sempre.
Para que olhe em ti, e veja enfim diferença, veja então semelhanças, veja então o que existe por trás...
Por trás desses olhos fudos, por trás desses lábios grossos.
Por trás de tuas manias, e tuas malícias e teus pensamentos...
Por trás de tudo, vem o que preciso, o que me acolhe, o que me fascina e me apaixona.
Vem essa mesma ansiedade de saber o que é, e como é, quando será...
Existe a inocência de cair nesses braços outra vez, e num medo quase que paralisante de não saber se conseguirás me segurar...

domingo, 12 de dezembro de 2010






Se conseguisse exprimir tudo que vaga dentro de mim, sem que parte alguma fosse abalada,
sem que nenhum pensamento fosse violado.
Sem que nenhuma frase fosse disperdiçada, despercebida.
Sem que nenhum segundo desse dia se perca. Se ausente. Se adoeça...
E assim vagarosamente percebo e admito, quão importante para mim ainda se tornam esses poucos segundos, esses tantos olhares e todos os detalhes.
A minha riqueza mora nos detalhes, se absorvem gota a gota, uma a uma, como se meu corpo fosse uma esponja de sentimentos atraídos, entranhados. Submersos.
E transformar tudo isso dentro de uma tela, e passado letra a letra num papel, as vezes não intecionalmente não cabe. Não há espaço pra tanta inspiração, pra tanto contraste, tantas idéias e subverções.
As vezes ainda me falta espaço pra me deixar.
Eu não posso controlar o alaranjado tomar conta desse céu tão de repente, não controlo as horas que lentamente passam pra que eu a possa sentir, a possa aflorar. Pra que então por uns instantes eu descontrole, e perca as rédeas da censura. Dessa privatização dos sentimentos, das vontades,desejos.
Eu deixo meu corpo soltar aos poucos, envolvido e embreagado cada vez mais por mais olhares, mais forças, mais energias que se encontram. Se laçam. Enfeitiçam.
Enquanto danço;enquanto me liberto.
Enquanto canto;me movimento.
Enquanto escrevo; me perco;
Enquanto assisto. Enquadrando cada detalhe de tudo. De cada centímetro de um corpo a minha frente. Cada milímetro escorrido naquela face, cada cenário que nos envolvia.
Todo tempo do mundo exposto a mim, se perdendo em mim, se revelando por mim...
E por ali eu me encontrava, enquanto você não mais estava...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Enquanto ali me deixavas,  parado no tempo teu tempo passava.
Num momento tão delicado,
Tão difícil te deixar partir. Vendo atravez dos vidros, teu rosto pálido, cansado. 
Tuas digitais impressas em tantas partes de mim.
Teus olhos presos em tantas partes. Teus pensamentos soltos por tantos cantos, tantas memórias em tantas pessoas. 
Enquanto a mim, presa em sonhos. Pisando em falso.
Tantas as vezes, tantas verdades. Tanta intensidade.
Enquanto a mim, estou aqui. Parada, mas nunca no mesmo lugar.
Esperando, ansiando, aprendendo, imaginando em detalhes.
O porque, o pra que, o de repente.
Tudo que não lhe diz respeito, o que não pode ser dito. 
Tudo aquilo que brilha tanto dentro de mim, que tanto se esconde de teus olhos. Tudo sempre tão explícito em cada palavra, cada gesto, cada nota musical que sai de minha boca enquanto me perco perto de ti. Cada olhar despercebido que me pego a te observar...
E eu ali... enquanto a cidade amanhecia, enquanto meu peito chorava, enquanto a saudade batia, enquanto calmos os peixes pulavam, enquanto ardente o sol se mostrava, enquanto tantos acordavam, viviam,
Ali contigo estava. 
Ali as horas se passavam, me afastando de ti lentamente.
Para de repente te perder sem evitar.
Simples. Sem dor, sem pausa, sem razões.
Sem despedidas, sem jeito.
E teu olhar tão vago, perdido, delirante.
Distante, Confuso... sem saber o que por dentro te passa, te instiga, te irrita.
Sem saber o que por dentro te mastiga, te corrói. Sem saber o que te dói. 
Sem saber te definir...