Enquanto ali me deixavas, parado no tempo teu tempo passava.
Num momento tão delicado,
Tão difícil te deixar partir. Vendo atravez dos vidros, teu rosto pálido, cansado.
Tuas digitais impressas em tantas partes de mim.
Teus olhos presos em tantas partes. Teus pensamentos soltos por tantos cantos, tantas memórias em tantas pessoas.
Enquanto a mim, presa em sonhos. Pisando em falso.
Tantas as vezes, tantas verdades. Tanta intensidade.
Enquanto a mim, estou aqui. Parada, mas nunca no mesmo lugar.
Esperando, ansiando, aprendendo, imaginando em detalhes.
O porque, o pra que, o de repente.
Tudo que não lhe diz respeito, o que não pode ser dito.
Tudo aquilo que brilha tanto dentro de mim, que tanto se esconde de teus olhos. Tudo sempre tão explícito em cada palavra, cada gesto, cada nota musical que sai de minha boca enquanto me perco perto de ti. Cada olhar despercebido que me pego a te observar...
E eu ali... enquanto a cidade amanhecia, enquanto meu peito chorava, enquanto a saudade batia, enquanto calmos os peixes pulavam, enquanto ardente o sol se mostrava, enquanto tantos acordavam, viviam,
Ali contigo estava.
Ali as horas se passavam, me afastando de ti lentamente.
Para de repente te perder sem evitar.
Simples. Sem dor, sem pausa, sem razões.
Sem despedidas, sem jeito.
E teu olhar tão vago, perdido, delirante.
Distante, Confuso... sem saber o que por dentro te passa, te instiga, te irrita.
Sem saber o que por dentro te mastiga, te corrói. Sem saber o que te dói.
Sem saber te definir...
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