domingo, 3 de abril de 2011


Não sabes o quanto odeio sentir o gosto de tua boca na minha repentinamente. Numa simples conversa ele vem, me toma interrompe meus pensamentos, para logo lembrar-te.
Não sabes o quanto não suporto os sustos que levo quando vejo alguém que se assemelhe a ti vagando pelas ruas, descendo ladeiras, perdendo-me das suas.
Quando escuto o telefone tocar baixo, e abrindo-o não vejo o teu nome ali escrito. E assim meu coração que de tanto acelerado se cansa, desacelera, desilude.
Não sabes o quanto odeio derrapar em suas mentiras, escorregar outra vez em teus braços, errando, e confesso que já estou farta de tantos dias errados.
Tantos erros num único dia.
Não sabes, o quanto encomoda não conseguir esquecer-te nem apenas por um minuto completo. E me atropelo sentindo teu cheiro, me machuco querendo encontrar-te, me sufoco, cortando lenha para que aqueça esse frio no peito.
Não sabes, que essa insistente, inconveniente lembrança, tem me feio tão mal, tem dolorido tanto, tem desrespeitado meus limites, minhas decisões.
Não sabes como tem sido a convivência comigo mesma nesses últimos dias. Como têm sido irritante ver-me no espelho, e não ver meu sorriso aparecer.
 Tendo que aceitar a convivência com a tristeza.
Tendo que pensar tantas vezes antes de sair de casa, tendo que me privar de coisas que não sei porque, tem dado-me vontades de fazer.
Não posso esperá-lo na porta. Não posso procurar-te, não posso enfeitar minhas noites.
 Censuram-me no modo de agir, censuram-me na maneira de falar, censuram-me quando começo a caminhar.
Não suporto tantas expectativas depositadas, tantos sonhos frustrados, tantas voltas lamentadas.
Não sabes o quanto odeio ter que escrever tudo aquilo que mais tem feito-me doer. 
Sabendo que apenas teve um início, sem saber quando e como existirá um fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário