segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais de mim



Eis que habita em mim um espírito selvagem, que não pensa demais e age.
Age como se não houvessem maneiras de voltar atrás.
Se arrepende e pula alto quando seu destino o impulsiona para baixo.
Pula e grita quando sua vontade é de desaparecer desse mundo em que habita.
Eis que há nesse espírito um coração frágil, bruto, insano.
Que toma suas próprias decisões e sofre a cada segundo, de amargura.
Dessas que nos faz chorar tanto até soluçar.
Desses que não tem vontade de nada mais fazer.
Esse mesmo espírito as vezes se prende no tempo, se esquece do presente vivido,
se engana propositalmente com o futuro.
Mas ele é livre demais para se prender tanto.
Ele é solto demais para que o prendam num único laço.
É frágil demais mas se fortifica enquanto cresce, enquanto aprende, enquanto erra.
E se morrer, não foi saudades, não foi amor, não foi paixão.
Se desfalecer as pernas a ponto de marear meus olhos, não foi tão errado, não foi ilusão,
nem foi em vão.
Foram apenas tentativas, e essas guardo comigo, não esqueço jamais.
Para que quando olhe pra trás, nunca diga que não houveram ,não existiram.
Quando dá certo, eu sonho,
mas quando não dá... eu sonho do mesmo jeito.

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