Para ver o depois de tudo isso, é preciso ir além.
Além de todo choro, toda tristeza, todos os momentos.
Um especial mais que especial, sem querer fugir, sem precisar disso.
Sem sentir solidão, sem haver espaço pra isso.
Sem perder o controle, sem premeditar os movimentos de teu corpo, sem preparo algum de palavras.
O casual sempre surpeende.
O inesperado, é onde mora a delícia, o prazer o gosto de tudo.
As consequências de teus atos impensados virão mais tarde. Os arrependimentos batem sempre tarde, enquanto todos dormem, e sonham.
Enquanto sentes sozinho o pesadelo.
Enquanto tentas se livrar do desespero, da carência, dos surtos.
Enquanto enfim sento a observar tuas mudanças, tuas andanças, teus tropeços.
Tudo com prazo de validade, tão curto prazo, tão óbivo.
Tudo a apodrecer, a se desfazer, a se desmanchar...
Numa vergonha tamanha, desse sentimento ímpar, dessa impessoalidade singular.
De tantas pessoas, entre tantos lugares, tantos e tantos, até parar em ti.
Até te perceber, até me encaixar nesse teu etinerário.
Até me envolver nessas mudanças, nesses pulos, nesses traumas.
Até que se arrisque no que julgas tão perigoso, tão errado.
E perceber que perigoso é não errar, é não tentar,
é não falar, não cantar, não julgar,
não chorar, não sonhar, não amar...
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