segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não há o que possa combater essas pequenas brechas abertas na alma;
Nem o que faça reverter. Não há prece que desapareça esse desprazer.
Não há fonte que sacie toda essa sede. Todo esse corpo a ser sutentado.
Tantas pernas para andar onde preciso. Onde percorro. Onde me sinto descalso.
Onde me recolho e sinto-me suspensa de tudo que embaraça meus passos.
Onde eu olho ao redor, de longe.
Não há o que desfça tais medidas, tais ardências, tais urgências.
Que me aperta o peito, dissimulando, desajeitando toda coragem.
Não há o que cubra esse silêncio.
Nem o que redescubra, nem o que disfarce.
Não há nesses casos o que se fazer. E se houver cubro de toda emoção, desequilbro de toda razão, me perco e me encontro em casualidades, não me prendo nem desprendo.
Não aperto nem afrouxo.
Não tenho truques na manga mas trago verdades.
Não faço desfeitas de tuas opiniões, mas faço questões das minhas.
Não suborno com egoísmo sentimentos alheios, e o que posso fazer é sentí-los pelos outros.
É doar tudo isso sem pensar na volta.
Sem olhar pro lado. Sem hesitar.
Sem me regular.
Sem te explicar...

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