sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Então por fim, descobrir que tudo que assombrava minha mente, agora se torna quase que inexistente.
Tudo que forçava, que falhava, que me destruia.
Toda essa ansiedade de pular de cabeça, avançar todos os sinais que aparecem em minha frente. Tudo e nada podem ser sinais.
E não costumo muito usar códigos, e pedir para que decifre-os.
Eu vou direto e reto ao ponto.
Eu vou onde quero atingir.
Eu vou na fonte, na ferida e na delícia.
Para que enfim encontre o antídoto de todo e qualquer mal.
Para que minhas lágrimas tenham sabor diferente desse sal de sempre.
Para que olhe em ti, e veja enfim diferença, veja então semelhanças, veja então o que existe por trás...
Por trás desses olhos fudos, por trás desses lábios grossos.
Por trás de tuas manias, e tuas malícias e teus pensamentos...
Por trás de tudo, vem o que preciso, o que me acolhe, o que me fascina e me apaixona.
Vem essa mesma ansiedade de saber o que é, e como é, quando será...
Existe a inocência de cair nesses braços outra vez, e num medo quase que paralisante de não saber se conseguirás me segurar...

domingo, 12 de dezembro de 2010






Se conseguisse exprimir tudo que vaga dentro de mim, sem que parte alguma fosse abalada,
sem que nenhum pensamento fosse violado.
Sem que nenhuma frase fosse disperdiçada, despercebida.
Sem que nenhum segundo desse dia se perca. Se ausente. Se adoeça...
E assim vagarosamente percebo e admito, quão importante para mim ainda se tornam esses poucos segundos, esses tantos olhares e todos os detalhes.
A minha riqueza mora nos detalhes, se absorvem gota a gota, uma a uma, como se meu corpo fosse uma esponja de sentimentos atraídos, entranhados. Submersos.
E transformar tudo isso dentro de uma tela, e passado letra a letra num papel, as vezes não intecionalmente não cabe. Não há espaço pra tanta inspiração, pra tanto contraste, tantas idéias e subverções.
As vezes ainda me falta espaço pra me deixar.
Eu não posso controlar o alaranjado tomar conta desse céu tão de repente, não controlo as horas que lentamente passam pra que eu a possa sentir, a possa aflorar. Pra que então por uns instantes eu descontrole, e perca as rédeas da censura. Dessa privatização dos sentimentos, das vontades,desejos.
Eu deixo meu corpo soltar aos poucos, envolvido e embreagado cada vez mais por mais olhares, mais forças, mais energias que se encontram. Se laçam. Enfeitiçam.
Enquanto danço;enquanto me liberto.
Enquanto canto;me movimento.
Enquanto escrevo; me perco;
Enquanto assisto. Enquadrando cada detalhe de tudo. De cada centímetro de um corpo a minha frente. Cada milímetro escorrido naquela face, cada cenário que nos envolvia.
Todo tempo do mundo exposto a mim, se perdendo em mim, se revelando por mim...
E por ali eu me encontrava, enquanto você não mais estava...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Enquanto ali me deixavas,  parado no tempo teu tempo passava.
Num momento tão delicado,
Tão difícil te deixar partir. Vendo atravez dos vidros, teu rosto pálido, cansado. 
Tuas digitais impressas em tantas partes de mim.
Teus olhos presos em tantas partes. Teus pensamentos soltos por tantos cantos, tantas memórias em tantas pessoas. 
Enquanto a mim, presa em sonhos. Pisando em falso.
Tantas as vezes, tantas verdades. Tanta intensidade.
Enquanto a mim, estou aqui. Parada, mas nunca no mesmo lugar.
Esperando, ansiando, aprendendo, imaginando em detalhes.
O porque, o pra que, o de repente.
Tudo que não lhe diz respeito, o que não pode ser dito. 
Tudo aquilo que brilha tanto dentro de mim, que tanto se esconde de teus olhos. Tudo sempre tão explícito em cada palavra, cada gesto, cada nota musical que sai de minha boca enquanto me perco perto de ti. Cada olhar despercebido que me pego a te observar...
E eu ali... enquanto a cidade amanhecia, enquanto meu peito chorava, enquanto a saudade batia, enquanto calmos os peixes pulavam, enquanto ardente o sol se mostrava, enquanto tantos acordavam, viviam,
Ali contigo estava. 
Ali as horas se passavam, me afastando de ti lentamente.
Para de repente te perder sem evitar.
Simples. Sem dor, sem pausa, sem razões.
Sem despedidas, sem jeito.
E teu olhar tão vago, perdido, delirante.
Distante, Confuso... sem saber o que por dentro te passa, te instiga, te irrita.
Sem saber o que por dentro te mastiga, te corrói. Sem saber o que te dói. 
Sem saber te definir...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Para se perder entre as delícias, pouco custa, muito acontece.
Todas as delicias, todos os momentos.
Todas as partes, devem ser controladas.
Cada olhar, cada arrepio, cada sentimento de dor, de vergonha,
de sujeiras acumuladas nas entranhas.
O que não terá nunca receita, o que não consigo recusar.
Que vem de dentro, e destaca-se mais fundo ainda.
O que de repente aflorava em mim, era o quanto queria fazer-te bem, sentir-se bem.
O que de repente sobrava em mim, era a aflição, o desespero de me perder do que me acontecia.
Tudo aquilo em ti, me seduzia.
Me fantasiava, me enlouquecia.
Toda tua inocência, todo teu respaudo.
Tua loucura maior que a minha.
Tua mão maior que a minha.
Tua cor refletindo na minha.
Teu sabor embutido no meu.
Tudo teu. Tudo meu, tudo em mim.
Preso, agudo, voraz. 
Errante, gigante, veloz...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não há o que possa combater essas pequenas brechas abertas na alma;
Nem o que faça reverter. Não há prece que desapareça esse desprazer.
Não há fonte que sacie toda essa sede. Todo esse corpo a ser sutentado.
Tantas pernas para andar onde preciso. Onde percorro. Onde me sinto descalso.
Onde me recolho e sinto-me suspensa de tudo que embaraça meus passos.
Onde eu olho ao redor, de longe.
Não há o que desfça tais medidas, tais ardências, tais urgências.
Que me aperta o peito, dissimulando, desajeitando toda coragem.
Não há o que cubra esse silêncio.
Nem o que redescubra, nem o que disfarce.
Não há nesses casos o que se fazer. E se houver cubro de toda emoção, desequilbro de toda razão, me perco e me encontro em casualidades, não me prendo nem desprendo.
Não aperto nem afrouxo.
Não tenho truques na manga mas trago verdades.
Não faço desfeitas de tuas opiniões, mas faço questões das minhas.
Não suborno com egoísmo sentimentos alheios, e o que posso fazer é sentí-los pelos outros.
É doar tudo isso sem pensar na volta.
Sem olhar pro lado. Sem hesitar.
Sem me regular.
Sem te explicar...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Me levastes dessa maneira como correnteza.
Cada vez mais profundo, mais distante.
Deflagrando toda minha insegurança.
Desperdiçando toda assimetria, todos os contratempos.
Trazendo como refúgio o teu peito acelerado, e foi nisso que errastes.
Colocastes em inérsia o que não poderia nunca parar.
E ali descansei, ali descobri meu verdadeiro rumo.
Ali me perdi.
E foi como se tivesse estendido uma ponte para que por ali passasse.
Como se minha respiração suspendesse, e se minha voz falhasse, e meu olhar morresse, mas não morreu.
Nem se afogou, nem me doeu.
E ali pousei... sem pena, sem pausa, sem passo.
Ali parei,  arrumei um espaço pra descansar.
Mas sinto que me falta um pedaço, uma parte uma arte.
Falta ainda tecer minha teia, falta ainda chegar lua cheia,
falta prender o teu sangue em minha veia...

terça-feira, 16 de novembro de 2010




Não comprarão o meu silêncio;
nem minhas poucas palavras quando as devo;
nem as muitas que digo quando me enraivece.
Não comprarão meu sorriso;
nem as gargalhadas que derivam dele;
muito menos os motivos que me fazem feliz.
Não comprarão com meros trocados, o que me satizfaz na alma;
nem o que necessito na vida, não substituirão um prazer por outro de qualquer maneira.
Nada de qualquer maneira me satisfaz.
Não irão comprar, nem sequer comparar minhas falhas com meu atos.;
Falhas minhas são só minhas, e meus atos consequentes.
Minhas obrigações não me limitam. Meu limite não é o limite,
minha imensidão não será comprada.
O infinito não pode me proporcionar tudo o que quero,
mas tudo o que quero conquisto enquanto eternizo alguns momentos.
Não me comprarão as palavras da alma;
nem as tirarão de minha boca;
nem tampouco irão tirá-las de minha mente...
mas se por acaso conseguir tirá-las, por motivo torpe ou uma distração,
não será assim suficiente;
pois tudo continua guardado na alma,
bem dentro de mim.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Para ver o depois de tudo isso, é preciso ir além.
Além de todo choro, toda tristeza, todos os momentos.
Um especial mais que especial, sem querer fugir, sem precisar disso.
Sem sentir solidão, sem haver espaço pra isso.
Sem perder o controle, sem premeditar os movimentos de teu corpo, sem preparo algum de palavras.
O casual sempre surpeende.
O inesperado, é onde mora a delícia, o prazer o gosto de tudo.
As consequências de teus atos impensados virão mais tarde. Os arrependimentos batem sempre tarde, enquanto todos dormem, e sonham.
Enquanto sentes sozinho o pesadelo.
Enquanto tentas se livrar do desespero, da carência, dos surtos.
Enquanto enfim sento a observar tuas mudanças, tuas andanças, teus tropeços.
Tudo com prazo de validade, tão curto prazo, tão óbivo.
Tudo a apodrecer, a se desfazer, a se desmanchar...
Numa vergonha tamanha, desse sentimento ímpar, dessa impessoalidade singular.
De tantas pessoas, entre tantos lugares, tantos e tantos, até parar em ti.
Até te perceber, até me encaixar nesse teu etinerário.
Até me envolver nessas mudanças, nesses pulos, nesses traumas.
Até que se arrisque no que julgas tão perigoso, tão errado.
E perceber que perigoso é não errar, é não tentar,
é não falar, não cantar, não julgar,
não chorar, não sonhar, não amar...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E se me perguntares se amo, direi que sim, amo.
Amo de uma maneira que jamais irias sentir na vida.
Se não acreditares, digo mais ainda, que tal profundidade jamais o alcansaria, se não deixares ser tocado como pretendo e como anseio, como desejo.
Toda essa vontade que me cega e detona como explosivos, corroendo todo o corpo, veia a veia...
E se perguntares o tamanho dessa sede, dessa insanidade, direi que é incalculável e uma base lhe darei se tocares teu peito no meu, se segurares em minha mão sem medo, se deixares que te leve pelas ruas,
sem se preocupar que as minhas se esbarrem nas suas.
E quando aumentares tua frequência, a ponto de quem sabe me alcansares, que delírio sentirias!
Que delícia de ser, de fazer, de amor.
Quantos sorrisos teus se abririam, quanto brilho nas janelas de tua alma.
Quantas vezes, perderias as contas de toda felicidade.
E prometeria se necessário fosse, que tiraria qualquer agonia que o encomodasse.
Isso porque me dou demais, sem mais nem menos.
Isso porque abro portas e nunca as fecho.
Isso porque cada dia que sinto o calor tocar minha pele, adentrando perfurando, cada segundo mais eu quero também invadir, adentrar, te sentir.
Cada segundo a mais quero que veja-me,  quero que toque-me, que sinta-me...
Cada  minuto que exceda de teu tempo, quero gota a gota de teu suor, cada centímetro falso de teu espaço,
e tudo que de ti me venha, que de ti suceda. Toda consequência, toda inteligência,
que te some, te mostre, te faça falta.
Todos teus defeitos, todos teus tregeitos, que de ti consumo...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais de mim



Eis que habita em mim um espírito selvagem, que não pensa demais e age.
Age como se não houvessem maneiras de voltar atrás.
Se arrepende e pula alto quando seu destino o impulsiona para baixo.
Pula e grita quando sua vontade é de desaparecer desse mundo em que habita.
Eis que há nesse espírito um coração frágil, bruto, insano.
Que toma suas próprias decisões e sofre a cada segundo, de amargura.
Dessas que nos faz chorar tanto até soluçar.
Desses que não tem vontade de nada mais fazer.
Esse mesmo espírito as vezes se prende no tempo, se esquece do presente vivido,
se engana propositalmente com o futuro.
Mas ele é livre demais para se prender tanto.
Ele é solto demais para que o prendam num único laço.
É frágil demais mas se fortifica enquanto cresce, enquanto aprende, enquanto erra.
E se morrer, não foi saudades, não foi amor, não foi paixão.
Se desfalecer as pernas a ponto de marear meus olhos, não foi tão errado, não foi ilusão,
nem foi em vão.
Foram apenas tentativas, e essas guardo comigo, não esqueço jamais.
Para que quando olhe pra trás, nunca diga que não houveram ,não existiram.
Quando dá certo, eu sonho,
mas quando não dá... eu sonho do mesmo jeito.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu não tenho medo do que possa vir acontecer, o que possa paralisar, o que possa ter sentido.
Pra mim, nada faz sentido o suficiente para que eu pare.
Minha sobriedade se afasta.
Minhas condições, minhas limitações começam a aparecer com mais frequência. E esse peito que bate, que ama, que vive, que sonha, que aconchega, que abraça, recebe, envolve.
Onde encontro o senso de direção do teu corpo?
Onde despejo minhas loucuras, minhas manias?
Perco como se todas fossem restos. E restos não me atraem.
Regras me sufocam. Essa distância tão mal colocada me acelera.
Esse desânimo de estar longe. De correr tanto, de nunca chegar.
Essas diversas maneiras de se decifrar um olhar, e saber dizer, saber diagnosticar o que ali acontece.
Aquela cumplicidade, um tom de maldade, um ar de tristeza, um felicidade instantânea quando ao longe me aparece.
E de repente esqueço de onde estou, esqueço o que passou. Esqueço que senti.
Me aprofundo porque não gosto de rasura.
Me precipito pois não espero pelo tempo.
Me adianto, pois eu tenho a liberdade. Tenhos meus momentos, colho sentimentos, fujo de mim mesma,
convivo com a minha dor...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Inicio agora, no estágio mais avançado que me preocupa um pouco.
Aquele que aplica a mim uma condição diferente das quais me acostumei a viver.
Aquela de ser expectadora, tendo de segurar meus dedos firmes em minhas mãos entrelaçadas, para não deixar cair a minha postura.
Precisando emendar o pouco que sobra, da minha paciência, da minha tranquilidade.
Me desafiando a controlar de fato, a gota d'água que resta pra me fazer desistir.
Começo agora a florescer, na parte mais bonita, em plena primavera, onde os odores se misturam e nos confundem, nos fascinam.
Começo agora a desabrouxar, e já viestes com tanta sede, de me ver plena, que sem saber me fizestes murchar.
Me fizestes perder minha essência, de uma maneira rude, que não pude imaginar tal brutalidade.
Mas quando minhas pétalas caem, e pareço envergar cada vez mais, não bata palmas ainda.
Pois sou ainda a expectadora desse romance.
Não se surpreendas ao olhares pro lado e rapidamente me veres erguendo novamente meus botões.
Na mesma pose, na mesma condição, não importando ser ou não primavera.
Importa a minha força que se refaz nesses instantes em que se distrai.
Em certos momentos minha vontade é de destruí-lo e arrancar todos os fios que o conectam ao mundo.
Mas me lembro que ainda sou expectadora disso tudo.
Minha vontade, é de desfazer todas as urgências que me atraem, me instigam.
Mas me relembro que ainda aqui assisto a tudo.
Mas quando de pé estiver, e novamente exalar todo perfume que te balança, que te fascina, que te embala,
quando de pé estiver para veres meus olhos brilhando verão,
quando de frente estiveres para enfrentar o que tanto escondia e retardava...
Arrebentará de vez esse coração machucado, e dará vida a outra que aqui dentro se esconde.
Dará vida ao personagem que lhe embaraçará teus sonhos.
Dará espaço para que entre e deixe um pouco de mim registrado em ti.
E disso tudo talvez, dê o tempo que preciso para enfim te fazer desisir,
dessa idéia fútil de persistir,
na bobagem que fazes ao querer não me querer...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desde aquele dia

Desde então àquele dia, que vi pela primeira vez com os olhos da atenção,
os olhos aguçados para a percepção,
desde esse dia senti que bolia por dentro uma espécie de veneno,
 que não subia pela boca afora, nem tampouco saia de mim.
Encaixava-se no meio, entre um peito e outro, batendo oco, como se expremesse em fagulhas, como se subornasse minha respiração e a suspendesse.
Como se a fatalidade fosse algo inevitável de acontecer.
Desde esse dia, não sei dizer se o que até hoje pensei ser, é de verdade.
Não posso advertir nada, nem tampouco admitir.
Nada a ser feito ou dito.
Minto.
Mais uma vez pego essa mentira de frente ao espelho, e tomo conta de mim todas as vezes que sinto flamejar o corpo, inquietando o espírito.
Tento controlar a mente, sabendo agora, depois de tanto viver, que existem coisas e pensamentos que são incontroláveis. Assim como certas atitudes. Assim como certas pessoas.
Assim como algumas situações, não se podem prever, nem controlar, nem previnir.
Desde o mesmo dia que vi seu corpo dançar, e envolver um mistério instigante diria. Desenvolvendo minhas malícias de tal maneira, de tal suor, de tal sede.
Minha saliva embrulhava em minha boca, toda vontade de devorar aqueles segundos em que enlaçada em teu corpo estava.
E pude sentí-lo acelerar.
E pude sentí-lo adormecer.
Pude sentí-lo, e isso basta. Me importa. E nesse momento o que mais queria era não mais soltar dele.
E naquele contínuo instante de felicidade, percebi que nunca soube a diferença de amor, para afeto, ou paixão.
Eu amo quando me entrego, e me entrego por inteira nunca pelas metades, e meu afeto é infinito e se expressa apenas no olhar.
Minha confusão é esta, e sinceramente, amo a minha forma de me confundir.
Crio raízes naqueles olhos, e anseio deleitar naquele corpo, percorre-lo de maneira expressa.
E admirar como se fosse um diamante bruto à minha frente a ser lapidado por meus desejos.
E usufruir de toda essa água,todo esse rio que embala dos fios finos de teus cabelos até os largos pés que o sustenta.
Quero sim criar raízes nele, pois não posso virar as costas para mim mesma.
Nem contrariar minhas vontades,
e desde aquele dia então, pratico como uma oração silenciosa, os momentos passados em meus pensamentos, tranformando essa meia verdade, numa realidade infinita.

domingo, 31 de outubro de 2010

De dentro

Você pode me olhar agora, e me ver com toda essa insanidade no olhar.
Pode me ver sorrir, mas não consegue sentir meus dentes trincados, rangendo.
E vai saber entender, que não consigo suportar tanto tempo.
Não tenho estruturas para que possa esconder, sem viabilizar uma saída.
Todas as saídas de meu corpo, todas as palavras soltas,
todos os meus atos inconsequentes, toda essa melancolia que sangra dentro de mim.
Que rasga a carne dessa maneira deixando vazar, toda nostalgia que me acompanha.
Toda nostalgia de verão. Todos os anos, a mesma companheira.
Me dando essa felicidade instantânea de amar.
De amar tanto que não se pode calcular.
De viver tanto, que não se possa controlar.
De me doar de tal maneira que não possa mais voltar...
àquele mesmo eixo. àquele mesmo ponto de partida.
Àqueles mesmos instantes...
Eu trago aqui dentro, uma bagagem que não pode ser exposta.
Você não pode ver, nem tocar, nem saber.
Todas que não posso trazer de volta, não posso repetir. Nem posso concertar.
Apenas veja o brilho de meus olhos nessa selva perdida que me encontro.
Não conte os passos que dou pra trás, mas some aos teus para que siga adiante, e, se quiser me acompanhe.
Se aguentar tamanha loucura, se quiser tentar um novo jeito de viver.
Se quiser entender como chove aqui dentro, e como crescem todas as mudas dando frutos duradouros,
gerando vida.
Isso se chama amor... um amor que talvez nunca sentistes.
Uma forma de amor que talvez nunca reconheça.
Um amor que reinvento todos os dias, para me alimentar, e sobreviver.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ao imaginar tamanha distância que afasta.
Tamanha insuficiência que me constrange, 
me sobe o corpo e aperta o peito.
O que já não é direito, nem errado.
O que não é descabido, nem cabe tanto.
O que não folga, não dá uma pausa.
Vem como um furacão,arrastando a tudo.
Revelando em meus olhos toda melancolia,
toda falta de limites,
 toda falta de mim.
Ao recolher, ao destruir, ao incitar esse medo.
Me  resumindo ao pó.
Recolhes agora, todos os cacos espalhados pelo chão.
Limpes toda tua sujeira, todo teu desapego.
Recolha de mim tuas digitais, e leve com elas todos os dedos que me tocam. Todos os olhares curiosos.
Não levantes a voz, nem se aproximes mais.
Pois colocastes tuas formas, tomastes teu espaço, invadistes tanto, que agora me falta.
Agora me divide.
Recolhas tuas fantasias, e tuas manias,
teus delírios, tua consumação.
Tuas idéias, tua imensidão.
Recolhas todas as sementes, antes que todas cresçam,
e me faça não recusar.
E me faça não afastar.
Antes que desista eu mesma de mim.
Antes que faças falta. E meus nervos venham suplicar por decência.
Por verdade, por juízo, por sinceridade,
por tua pele, por teus lábios, por tuas mãos,
por você.





quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mal infinito



Então me diga, onde isso pode parar?
Por qual caminho que pode chegar no fim.
Se é que o fim existe.
Se for de verdade que tudo um dia acaba.
Se todas as teorias por fim acontecerem, o que acontecerá?
Todos os dias, cruzando o mesmo caminho, as mesmas direções,
mas imperceptivelmente, nunca parece, mas não chega,
Visívelmente me encolho diante certas anormalidades que parecem sempre acontecer somente comigo.
Insultando, com os olhos dentro dos meus,me desafiando. Me
Tornurando.
Oscilando, cada vez mais confundindo.Deixando pra trás todo
Respaudo, desaparedendo com todo pudor.
Sinceramente, não sei mais se acredito em infinito.
Não sei mais aonde se encaixa a eternidade.
Não sei o que acontece quado me perco dessa maneira, e por que ajo como cego
pior. sou  aquele que não quer ver. Não quer acreditar.
Aquele que não consegue as vezes admitir, quando começa a perder,
a descontrolar, esmurecer.Tendo que recolher minhas penas, todas cheias, tendo que sair de cena.
Eu sou ainda aquela que espera no portão por uma carta,
e que ao deitar suspira ansiando pelo próximo dia.
Que não se importa mais com coicidências, que não zela mais por atitudes.
E continua sem entender como chegará o final,
aonde ele se instalou.
Por onde ele se perdeu de tanta demora,
e de que maneira será extinto esse vazio, essa extensão, essa pretensão...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Por esses dias


E se não ardesse, mesmo assim gemesse,
Se não colocasse, e mesmo assim chorasse,
Se não proibisse, e em mim explodisse.
Se não censurasse e assim cortasse, desfalcasse, tudo o que me arrebenta inteira por dentro
E mesmo assim retribui o que a ti mesmo?
Mesmo assim, o que satisfaz o teu ego?
Mesmo assim, o que alivia tuas dores?
Pois eu sei das minhas, eu sei meus espinhos da carne, eu sei minhas frustrações
e debilitações.
Eu sei de meu desacordo, e minhas confusões.
Eu sei de minhas transgressões.
Eu sei de minhas diferenças.
Eu sei dos meus desafetos.
Eu sei quando tu pensas, e se vai agires, e se me notarás.
Não sei se me entenderás,
se me sentirás,
se me surpreenderás, por menos tempo que seja, e por mais tempo que haja,
durante todos esses dias...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010



Se realmente o desejo, e explico isso da cabeça aos pés, os motivos.
Se de fato não escondo o que não deveria ser dito, admitido talvez.
Numa maneira sádica de transmitir meus pensamentos.
Se encontro na calmaria o que explode em turbulências, mesclando todos os sentimentos,
aguçando todos os meu sentidos.
Encontro nessas infindas expectativas razões suficientes pra me sentir livre.
Pra renovar o espírito, pra rejuvenescer a alma.
Constrastando todas as possibilidades diante de mim, traço todas as ocasiões, como num jogo de estratégias.
Como se meu coração fosse frio e calculista.
Eu carrego em mim o oposto dos limites, das objeções.
Eu aprendo a voar sozinha se preciso for, e me instalo nas fontes que me alimentam.
Que me saciam. Que não me limitam.
Não me escondo das verdades, dos desafios, das armadilhas.
Eu quero engolir-te a seco. No oculto ou no explícito, não me interessa.
Quero revirar toda bagunça da memória, e me surpreender.
Me reencontrar.
Me satisfazer, de tudo aquilo que a muito tempo me agonia, me paralisa.
Deixe então o tempo passar... mas não vire as costas numa esquina qualquer.
Não se afaste tanto assim. Não finja que não percebe o que é.
O que seja que for,
o que  no entanto será...

sábado, 23 de outubro de 2010

Decifre

Uma tal displicência que aos poucos se aproximava de mim por todos os lados.
De repente tudo muda.
 Conforme passado todo o tempo minhas memórias presas num passado escuro.
Minhas memórias que foram congeladas dentro de meus dias tristes.
Não ria de mim se acaso eu tenha atitudes suspeitas, fora de ritmo.
Se iguale você a este ritmo e me envolva nele.
Me conquiste como se fosse a última coisa a se fazer.
Aquela ardência que consome meu corpo aos poucos, sucumbindo de tal maneira que fico sem direito de resposta.
Fico a mercê de tuas loucuras, e tuas idéias, e nossas coicidências.
E fraqueja num simples toque teu. Isso porque nessas noites, em que o verão se aproxima, me dá esse arrepio na alma, esse calor em meus lábios, essa sede insaciável de me aproximar.
Quero que descubra-me como um segredo indecifrável que te corrói a mente e te alucinar no poder que nenhuma coisa ilícita possa chegar a tal poder.
Quero que sintas dentro de ti, o que consome em mim. Sinta como é o sabor de cada pecado consumido, cada mordida dada em mim, o levará ao extase que não imaginas o que possa ocorrer.
Não quero ser remanescente dentro de teus dias.
Quero somá-los aos meus e alongar nossos momentos para enquanto durar existir coerência.
Existir um pouco de ti em mim.
Para que enfim me compreendas, e ao acordar, não procure vestígios de onde eu não possa estar.
Não quero trancar-te num pode de ouro e guardá-lo ali eternamente.
Quero vê-lo brilhar enquanto reluz.
Quero ver-te viver e ser feliz.
O resto, é consequencia do que plantamos.
O resto deixe pra depois, pois anoitece, e minhas forças se renovam na madrugada.
É quando enfim páro, olho ao redor, e sinto tudo o que me incita à flor da pele. Tudo que me encaixa nesse sentido dado por ti.
Não quero que me leias, apenas, e compreenda. Quero que sejas eu por uns instantes, pra que explique-me o que sinto com tuas palavras.
Não se apresse, chegue devagar, e domine por fim o que quero que seja teu pelo tempo que necessário seja.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Não censure


Eu não preciso que me lembrem toda vez quando estou errada.
E não gosto quando pegam todas as minhas possibilidades, minhas escolhas, e jogam todas
bueiro abaixo como se fosse um lixo qualquer.
Minhas urgências, minhas limitações, meus passos em falso. Em tudo há alguém que me censure.
Uma censura descabida, invasiva, que corrói as paredes da verdade, e assim invade.
Tomando um espaço não autorizado.
Por onde passo, com quem eu falo, como caminho, como me visto, se sorrio demais, ou se fico calada.
Por acaso sempre haverá quem por perto esteja. Indique, veja. Fale. Censure.
Eu quero rasgar de vez tudo isso que me envolvia, e deixar que se perda por outros caminhos todas as pistas que levem até mim. Para que ao menos por uns instantes eu possa respirar.
Olhar em volta e perceber enfim um pouco de solidão.
Um pouco de espaço, de vazio.
E assim ficar. Com minhas manias, minhas vontades, meus exageros.
Poder rir mais alto, falar mais alto, subir mais alto.
Poder juntar todo lixo que jogavam fora, e colocá-los em seu devido lugar.
Implantar em mim todas as minhas loucuras que já jogara fora, e não deixá-las fugir sem que eu possa perceber...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010


Desde então daquele dia, todas as vertigens se separaram de meu corpo disperso.
Todos meus medos apagados, meus conceitos ignorados.
Me pus contra a parede me obrigando a assistir todos os meus meios serem despedaçados.
Mas eu encontrei finalmente o ritmo que me fazia falta.
Totalmente sem nexo, sem sexo, sem cor.
A mesma sensação de querer subir, explodir pelas paredes afora, sair vazando por todos os lados,  desconsiderar todas as trilhas percorridas até então.
Uma por uma, apagando meus rastros, apagando minha identidade,
Mas ainda a tenho por dentro trancada no peito, para quem queira ver, e sentir, e conhecer de verdade, esse outro lado.
Concordar em deixar queimar, esse efeito que anestesia nas veias.
Até que se sinta derreter dessa felicidade, dessa instantaneidade ocorrida.
Até que soluce dentro de si o que se aflora, explorado na pele, saindo pelos poros, se espalhando.
Até que dentro de si se perceba o que te mastiga aos poucos,
te tragando em silêncio, sem te consumir...

domingo, 10 de outubro de 2010

Aprendi a lidar com as possibilidades. 
Sejam elas positivas ou não. 
Seja dia ou seja noite.
Seja hoje ou amanhã.
Pois talvez perca tempo demais olhando para o lado.
E nesse tempo não quero ver-te com olhos molhados.
Nem quero ver-te sobrar nessa agonia.
Nessa visão introspectiva de si mesmo.
Nesse drama quase que diário de buscar o que não pode achar com os olhos.
Sentir cada dia de cada vez, essa é a diferença que deve lhe acrescentar.
E ser sentido junto com todos os teus detalhes mais íntimos, mais teus.
Sujar teus lábios de delícias, e sorrir.
Talvez essa seja a diferença.
Deixar tuas palavas mais soltas, pra que não volte a buscar.
Talvez essa seja a diferença.
Agir mais sem que se perceba, 
amar mais sem que se queira.
Permitir-se mais a desabrouxar, talvez seja essa a diferença...


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tanto faz



Se mais uma vez me perder, tanto faz.
Eu sinto no instinto, no cheiro. Eu busco até que ache.
Eu vou caminhando, dando tropeços pela vida,
pois olho para frente, nunca para o chão.
Ando buscando sempe aquilo que chamam por felicidade.
E se as vezes a encontro, trata logo de fugir de mim.
E corro como se não pudesse mais esperar.
Pois de fato não posso, nem devo.
De fato arrepio cada vez que sinto tocar em minha pele isso que não sei o que é.
Sinto na carne, sinto pesado.
Sinto chover as vezes dentro de minha cabeça.
Mas escondo de todos tudo aquilo que me afige, e por trás de toda dor,
há um sorriso, uma esperança, uma certeza.
Se mais uma vez me perder, tanto faz.
Foram tantas as vezes pois já me perco ao contar.
Foram tantos os dias, tantas as horas, tantas as vezes. Tantos espantos, tantos e tantos...
Mas se por aí me encontrar, tanto faz.
Desde que deixe comigo, aquilo tudo que preciso, e que quero, e que anseio, e que espero...
Mas se mesmo assim não puder... tanto faz.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A ti



Teus fios finos tecem bordando ondas castanhas
Como uma manhã de sol.
O céu rasgado de raios e nuvens alaranjadas,
Suando um vapor de cidade grande.
Teus olhos pequenos rabiscam o desejo de liberdade.
Teus braços abertos, a receberem o calor do meio dia.
Tua pele ardente escorrendo verão.
Teus lábios finos saboreiam paixão.
E morde-os devagar, entregando saliva pra que mate tua sede.
Tua voz abafa toda tua ansiedade.
Teus pés se perdem entre as direções.
Minhas noites tornavam-se dias, quando do teu lado estava.
Até permitir que o tempo te afastasse de mim.
E fostes embora como tempestade
Que lava as sujeiras das ruas.
Rolando ladeiras,
Perdendo-se das suas.
Escorrendo meu pranto por toda cidade,
Até descobrir que amor de verdade
Não se perde na aflição.
Não cabe no sorriso.
Não se fere tão fácil.
Não se desfaz em segundos.
Não se perde de vista, nem se descontrola.
Assim como o perdi de vista na primeira vez em que o vi passar.
Desde então me pergunto,
onde estava no dia em que lucidamente
Te deixei escapar...

segunda-feira, 12 de julho de 2010



Existiu um tempo, em que apenas quis sair, e não mais voltar.
Desistiu de planos, de tudo.
Mas minhas escolhas eram certas talvez.
Minhas manias.
Minhas idéias.
Meus sorrisos sempre foram sinceros.
Minhas lembraças remetem ao extase.
Meu apogeu parece interminável...
E de repente me agarro aos fios soltos que as vezes unem.
Deixo-os fitar em qualquer lugar, e as vezes pego de volta, puxo pra trás.
Nesse momento é como se estrelas caissem.
E todas brilham muito, pra que seja perfeito.
Muito mais sinto o gosto de viver. De amar. De invadir, fitar pra sempre, só o que me interessa.
Então quase enlouqueço, mas sustento todas minhas verdades.
sobressaio correndo pela vida, com pressa porque já cansei de tudo;
Mas vigilante em todos os caminhos, retirando pedras do caminho, tão breve e leve que fico sem direção.
Mas olhando nos olhos, tudo fica diferente, tudo muda.
Olhando dentro dos olhos eu caio dentro da alma.
 Caio num poço de mágoas, que desfaço num piscar de olhar.
Mas no céu já não existem mais heróis.
Na lembrança não existe mais saudade.
Não existe mais vontade.
Não existe mais querer...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

!★!



Quando explode no peito essa tal felicidade,
me sinto capaz de rodar o mundo no mesmo lugar.
Sinto uma força seguindo de dentro,
alastrando nas veias, extraindo das entranhas o que não sei lhe dizer.
Uma súbita vontade de jorrar esse doce, esse mel de meu interior.
A minha felicidade agora, não tem explicações.Nem denominações,
são vontades e desejos atendidos.
São peças que seguem no tabuleiro.
Vou ali, beijar a noite, tocar na madrugada, acariciar as estrelas.
Vou ali, porque amanhã é outro dia, e não quero perdê-lo por nada.
Pois sei que ao acordar ela vai estar de pé, me aguardando pra viver...
A minha felicidade.
Quero aproveitá-la antes que se vá, e se for que deixe rastros,
pra que em breve a possa encontrar...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

tempo



De verdade, desejo que o tempo passe veloz, e a meu favor.
Que não me sufoque nem me entristeça.
Nem me agonize, já que por esses dias tive boas razões pra me desesperar.
Mas apenas desesperar não é o suficiente.
Apenas deixá-lo passar não é o suficiente.
Eu preciso de uma boa dose de sorte.
Sorte pra que não me arrependa.
E pra que desconte nisso tudo, em todo o tempo,
as horas que perdi tentando me encontrar.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Eu subo


Encontro-me em milhares de curvas,
todas elas carregam seu silêncio.
Encontro-me em diversas possibilidades, em diversas chances;
Desço as vezes confesso, 
olho para trás em alguns momentos.
Me estranho mas ao longe assisto uma luz.
Confio apenas em meus pensamentos, e preciso de uns instantes só pra me situar; 
Assim, novamente me encontro, subindo devagar degrau por degrau,
e não me envergonho de errar, não sou dona de verdade alguma.
Subo e a cada dia novo, uma guerra nova, contando com as vitórias futuras de chegar ao final disso tudo.
E o final está lá me esperando, eu sei. 
Recarrego minhas armas com longos sorrisos, e uma dose pesada de força.
Tal força que me impulsiona a cada segundo, minuto, a cada dia.
Uma soberania na qual me prostro sem pudor...
Aos poucos eu sei que lá em cima estarei. Não me apresso, também não deixo o tempo correr,
apenas tomo meu fôlego necessário, e subo...
Subo..
Subo.
 

domingo, 27 de junho de 2010



Não comprarão o meu silêncio;
nem minhas poucas palavras quando as devo;
nem as muitas que digo quando me enraivece.
Não comprarão meu sorriso;
nem as gargalhadas que derivam dele;
muito menos os motivos que me fazem feliz.
Não comprarão com meros trocados, o que me satizfaz na alma;
nem o que necessito na vida, não substituirão um prazer por outro de qualquer maneira.
Nada de qualquer maneira me satisfaz.
Não irão comprar, nem sequer comparar minhas falhas com meu atos.;
Falhas minhas são só minhas, e meus atos consequentes.
Minhas obrigações não me limitam. Meu limite não é o limite,
minha imensidão não será comprada.
O infinito não pode me proporcionar tudo o que quero,
mas tudo o que quero conquisto enquanto eternizo alguns momentos.
Não me comprarão as palavras da alma;
nem as tirarão de minha boca;
nem tampouco irão tirá-las de minha mente...
mas se por acaso conseguir tirá-las, por motivo torpe ou uma distração,
não será assim suficiente;
pois tudo continua guardado na alma,
bem dentro de mim.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

outra madrugada


Que tal um jantar a luz de velas coloridas pra comemorar o bom da vida!?
Ainda continuo a questionar o que passa na mente das pessoas,
quais seriam seus sentimentos, seus instintos...
Existe sim uma lua linda do lado de fora, pena não poder trazê-la aqui pra dentro pra iluminar minhas idéias...
Não preciso de ouro, de riquezas... minhas riquezas abstratas me satisfazem.
As concretas me realizam de certa forma..
Não tenho mais pra onde ir, por onde correr.
Vou apagar essas velas e tentar dormir.
Esse cheiro todo já me embreagou o bastante.
Essas novidades do dia a dia já me confundem o bastante...
Deixe o jantar pra outro dia;
talvez haja mais motivos pra comemorar...

domingo, 20 de junho de 2010

Loucuras...



Todas as formas de loucuras me atraem.
Porém atrair a loucura não é algo que qualquer um sustenta em si;
Existem momentos em que parece que a loucura corre com pernas longas atrás de mim.
E meus olhos, minha mente, filtram informações de maneira diferente.
A melhor das loucuras é a paixão.
Paixão pela vida, paixão por pessoas, paixão por momentos.
Certos momentos me apaixonam, e sou capaz de me prender de tal maneira que,
é quase que um apogeu instantâneo.
Sou capaz de me apaixonar diversas vezes no dia.
Sou capaz de cometer loucuras, sendo essa a maior virtude dentro de uma sabedoria, dentro de um entendimento.
Minhas concepções trancedem qualquer opinião formada, que queira argumentar.
E se quiserem argumentar, se tentarem ao menos, direi que a maior mentira é não ser apaixonar.
não se dedicar, não ser louco.
Minha loucura é essa, vivo desses momentos, mas não sustento momentos pra vida.
Gosto do novo, novidades me fascinam, por isso,
me deixe ser louca;
me deixe me apaixonar...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

...



Eu traço caminhos que as vezes me jogam do avesso,
E saio de minha órbita, mas tudo fica bem aos poucos.
Minhas vontades não são próprias, pois passam por mim,
pedem permissão.
As vezes ouço a razão no pé do ouvido.
Outras vezes deixo pulsar alto o a emoção.
Minhas intuições jamais falham.
Não será hoje que falhará...
Não vai ser hoje que vou desistir.
Hoje mais uma vez vou sair... e deixar minha inconstância dominar por uns momentos.
Sim... deixarei até ver onde vai dar...
até que chegue perto de mim a noite, e me tome por inteiro, e que eu enfim caiba dentro dela;
Já que não posso mais caber dentro de mim.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

uns versos

 

Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo

Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair

O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo


                                                                                                          Adriana Calcanhoto

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Liberdade


Eu gosto de me sentir livre.
E, as vezes me prendo nessa liberdade;
Não costumo gostar de despedidas. Prefiro me retirar sem nada dizer.
Sair à francesa, sempre cuidadosamente.
Mas deixo algumas pegadas, pra caso se interesse.
Gosto dos verdes não maduros, e amadureço mais enquanto os desvendo.
Gosto do que marca, do que prevalece.
Nessas aventuras que se passam a cada dia mais,
em muitas me perdi. Algumas ainda me perco. Algumas outras quero ainda me perder.
Pois são insanidades minha apenas. 
Todas a mim pertencem, se constróem como castelos, crescem dentro de mim,
mas deixo-os livres pra que conquistem lá fora um espaço.
Espaço pra realizarem, crescerem. Darem frutos...
Minha intenção é apenas ser feliz. 
E correr por essa selva de pedras afora, e transbordar esse amor que sinto, que vivo.
E destribuir com queira sentir-se feliz...
Quero devorar toda essa ansiedade que me priva de degustar melhor meus momentos.
E viver livre...
Sorrir livremente, amar livremente, sem censura...
Até que um dia me canse de tudo isso.
Pois apenas isso, é o que agora me interessa...

domingo, 13 de junho de 2010

Confiança...

Confiar? Em quem? no que?
Nunca se sabe de onde vem uma pedra que fere.
Muito menos de onde virá um coração sincero.
Nunca saberei se devo realmente confiar.
Nunca saberei se as decisões que tomo são certas,
se no meio do caminho não tiver auxílio. De alguém sensato. Que disponha a fazer o certo comigo.
A mesma boca que jorra mel, é a boca que diz coisas e machucam .
As mãos que me envolvem, são as mesmas que cravam forte uma faca nas costas.
E digo, que pelas costas dói mais. Pois não pode-se ver os olhos de quem fere.
Os olhos expressam o que na alma passa.  É o maior portal de informações existentes. Porém, nem mesmo através deles posso identificar o que tanto argumento.
A confiança quando se quebra também fere. E pior de tudo, é quando não há possibilidades de consertar.
Não ponho mais minhas mãos no fogo por ninguém.
Nem tampouco fecho meus olhos de verdade. Mantenho sempre um aberto, junto com um pé atrás.
Minhas dores não são diferentes das de ninguém, porém, tenho eu algo especial que me impurra cada vez mais de um precipício, mas a diferença, é que no meu lugar provavelmente muitos cairiam.
No meu lugar muitos perderia a fé.
Em meu lugar, diriam que já não há mais experança.
Portanto digo o contrário, na minha fé eu confio,
enquanto isso, as minhas asas eu crio,
E assim te provo, que posso voar...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia dos namorados?!?


Na minha concepção, namorar vai além do contato físico diário.(na maioria das vezes)
Além de andar de mãos dadas;
Vai além de telefonemas, e "eu te amo", vai além de fotos no mural e no celular.
Namoro, pra mim vai além de passeios, de sexo, de química.
Namorar, é cumplicidade, é um ponto de equilíbrio, é um porto-seguro.
É saber que fez algo errado, mas terá alguém que não irá julgar nem passar a mão na cabeça, vai compreender.
Namorar é interagir tão bem, que apenas um olhar basta. E palavras não se fazem tão necessárias.
Namorar, é ser feliz nos mínimos instantes, mínimos momentos.
E hoje, acho que deve-se existir um momento também pra si. Pra que exista espaço pra que a saudade entre.
Deve existir a essência do namoro no portão, das flores colhidas no jardim, posso estar sendo romântica demais? 
Acho que não... acho que queria de volta o amor a moda antiga...
Onde existiam limites, existia o respeito.
Namorar realmente vai além de tudo que se pareça ação homem X mulher.
Namorar é doar-se, e aprender. É gostar também de ensinar. É uma troca, mútua de sentimentos, e experiências, e alegrias. As vezes também tristeza. 
As vezes também solidão.
As vezes também saudade.
O namoro saudável pra mim, é dormir pensando que estamos bem, e acordar sabendo que tudo bem está. Sem nenhum peso de culpa, sem nenhum ressentimento. Apenas crer que será eterno enquanto durar... Como dizia Vinícius.